Produzido pela Rede Globo, o dominical Fantástico - O Show da Vida resolveu fazer um quadro para desvendar possíveis casos fantasmagóricos em lugares ditos assombrados pelo Brasil. Fiquei um tanto preocupado quando vi que a Globo resolveu novamente falar sobre fantasmas. Acho a rede muito velha mídia, quadradona e sempre muito preocupada com estética e padrões implantados por eles mesmos, mas vamos ver.

Primeiro: castelo. Lugar muito propício para tal, mas ainda tá valendo. O que mata o quadro são alguns trovões estalando na vinheta e nas animações. O quadro é igual a tudo o que é produzido sobre temas sobrenaturais: uma espécie de documentário daqueles produzidos pelos canais pagos Discovery Channel ou pelo Syfy, visto 'Minha História de Fantasma', 'Famosos e Fantasmas' ou 'Lugares Assombrados' no qual você nunca sabe se é ou não verdade. É também um jogo, como o extinto FEAR, produzido nos anos 90 pela MTV com apenas um episódio exibido no Brasil.
No Phantasmagoria, três participantes voluntários foram ao Castelo Eldorado para
A primeira tarefa foi dada à um jovem que teve que ir ao jardim e chamar um vulto que foi visto pelo jardineiro do castelo. Em um gravador colocado previamente, o apresentador do Fantástico fica ditando regras, o que tira todo o suspense do ar. Ele até tenta fazer uma voz mais metálica, mas não rola.
Os demais participantes, também ficaram recebendo ordens de um gravador e chamando os fantasmas, instigando-os à aparecer.
Na última prova, os três chamaram uma suposta mulher de branco que aparecia na janela. Nada mais clichê.
No final do quadro, um especialista do tipo que desvenda 'mistérios' explicou os motivos dos estalos na casa e as vultos que afirmaram ter visto. Explicações científicas foram dadas para os estalos, cheiros e vultos.
O quadro tem como base os espetáculos antigos feitos com ilusionismo, que davam a impressão na platéia de ver um ghost. Confesso que o quadro não é tão interessante, serve mesmo para dizer de maneira implícita: "Isso não existe gente", mas busca entreter. Visto que, o programa exibiu logo após, uma matéria sobre Transexualidade e Homofobia, dois grandes apelos e que rendem muitos interessados.
O quadro não quis explicitar conceitos verídicos ou não, deixando para que o telespectador faça sua própria conclusão.
Ao meu ver, a história do local já faz todo o suspense acontecer. Quando se tem uma narrativa que vem sendo contada e esta narrativa é atribuída à um lugar, os fantasmas já aparecem neste contexto, sem precisar apagar a luz.
Em uma das falas de uma participante, ela dizia que 'não precisa aparecer fantasma nenhum, o lugar já basta'. É exatamente neste ponto que quero chegar: o sobrenatural está naquilo que é construído pela mente e não em descobertas de verdade ou mito, científicas ou não, porém esta é a proposta central do quadro, que serve mesmo para entreter de maneira efêmera e logo ser esquecido com um assunto mais sério. Não que fantasmas e afins não seja, mas não é o caso do quadro do Fantástico.
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