quinta-feira, 21 de abril de 2011

Uma lua que passa

Pode ser também chamada de fase; para os mais crentes, provação, seja divina, ou uma tentação, se for demonizada. Embora toda tentação do Diabo venha a ser uma provação de Deus, de maneira a provar se o ouro é num todo reluzente. E se realmente é ouro, visto pelo ditado que o desmitifica.
Nota-se que Deus trabalha em conjunto com o Diabo (sim, já tenho uma outra crônica sobre isso) e também utilizam de outros astros para completar o sentido místico da vida. Mesmo aos céticos, que não botam confiança nessas questões de aura, há de convir que em determinados momentos a lua que passa varre nossas expectativas para longe e nos faz buscá-las em outros campos. Situações, por vez, brandas como falta de dinheiro, tempo no namoro ou afastamento de um amigo, ou até situações mais medonhas e, por assim dizer, mais graves, como uma doença, a morte de alguém querido ou uma notícia triste de fim de jornada no trabalho.
O motivo dessa escrita é levar a uma reflexão que, de uma maneira ou de outra, em algumas fases da vida, alguns tempos dela, levam a confirmar que os ares trabalham para que pessoas em comum tenham problemas semelhantes e então passem a provocar mudanças em suas vidas. Por esse lado, pode ser benéfico.
No trabalho, é grande a quantidade de pessoas estafadas, querendo ir embora, abandonar, chutar o pau. Casais em crise e viagens canceladas pela falta de dinheiro. Reclamações, desânimo para procurar um amor, o salário que não paga a boêmia. Contas para pagar, demora do ônibus, falta de carro, sexo precário e até os filmes de comédia perdem a graça.
‘É uma lua que passa’ ouvi certa vez. E entendi que essa lua vem sem nomeações e condutas, e se aloja. Estaciona por um tempo e as menores espinhas se tornam grandes furúnculos. Inferno astral, raiva dos deuses, tentação, provação, avareza, dia-do-diogo. É uma lua que passa.