segunda-feira, 15 de março de 2010

O que eu quero ser, crescido?

Tudo bem, eu ainda não sou um homem completo. Digo isso pela questão em não me considerar um adulto (ou adúltero, como dizia o "Chaves") mas sim um jovem, embora tenho muitas manias de um velho, não idoso. Idosos deste século levam uma vida menos preocupante se souberem administrar.
Estranho falar para alguém com seus 24 anos que ele já é um homem, ou uma mulher pois hoje as coisas mudaram. Nossos pais casavam-se com dezenove, vinte anos. Com vinte e três já estavam no posto com uma criança febril no colo. Hoje em dia, é mínima a porcentagem de jovens que se casam nessa época, nessa faixa etária. Tem faculdade para atrasar, trabalho duplo, horóscopo, datas e falta de carro. Jovens, alguns mesmo casados, dependem muito mais dos pais mesmo ganhando o mesmo salário deles. Sou um exemplo disso. Assim como dependo de mamãe, ela também depende de mim, isso em diversos fatores, não somente financeiro.
Mas a questão não é só o casamento, ou a saída de casa, mas a profissão, a estadia e as roupas. Tem filho que sai de casa mas toda semana pede dinheiro aos pais. Háaa!!! isso não é morar sozinho, só desvinculou as fraldas, mas quem troca ainda é o papai.
E digo mais: tem aqueles que morando com os pais, trabalham e tem o dinheiro que ganham com seus empregos todo para si: isso é luxo! Sempre meu salário foi para ajudar em casa, sempre até hoje. Não sinto vergonha disso, mas reclamo.
Tem profissão que também é luxo: designer, estilista, decorador (principalmente de interiores), chef de cozinha, cineasta e aí vai... Os cursos são caros, as possibilidades mínimas e além do mais, muito se tira do próprio bolso para embarcar num 'freela' qualquer e nem se ganha o que se gasta.
Não posso falar muito pois embarquei num curso que também não é lá um chão de fábrica mas que graças às bolsas do meu trabalho consegui terminar a faculdade e trabalhar nela, embora não ganhe rios de dinheiro.
Ainda não me sinto seguro para morar sozinho, não sei se ganho o suficiente para isso mas conheço gente que tem condiçõe$ mas nenhuma experiência. Embora já tenha morado só.
Prezo muito os batalhadores. Pensava nisso hoje enquanto estava dentro do ônibus indo para meu segundo emprego do dia, lotado de jovens amarrotados seguindo para a faculdade. Claro que muitos podem ter carro e preferir o ônibus (duvido!) mas todas as minhas melhores amizades são de pessoas que batalham meeeesmo! Todo dia, acordam cedo, sofrem injúrias, ganham pouco mas ainda tem esperança de trabalhar na área que estudaram e ainda conquistar grana. A projeção é alheia, mas a vida é nossa. Na verdade se parar para analisar, já sou o que quero ser mas agora falta subir mais, no mesmo caminho que levo. Ando bem crescidinho para isso.
Duas portas se abrem, quando se projeta um futuro: trabalhar naquilo que se quer e, se conseguir, subir no que se é. Me lembro quando queria, porque queria, trabalhar ou em rádio ou em televisão. Trabalho com os dois, hoje, mas ainda falta muito para chegar onde quero chegar e isso acontece com mecânicos, engenheiros, designers, atores e analistas de sistema também. A pergunta deveria ser transformada: O que eu quero ser, crescido? Pois essa história de ser quando crescer ficou para trás pois tem muita gente bem crescidinha que é tanta coisa e acaba não sendo nada. Talvez quando encontrar uma resposta para isso, eu possa dizer que sou um homem completo. Enquanto isso... relaxa.

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