O ano, às vezes, muda antes. Bem antes.
Em tempos que termina-se a universidade ou se encontra um
novo amor nessas baladas literárias feitas no fim de novembro, o ano pode ter terminado
e a gente nem assim ter percebido.
Era início de dezembro, há dois anos, quando liguei a tevê móvel
no trabalho e encontrei uma música, tocando às seis da manhã. Tilintava acordes
doces, um lalalá de alegria e uma nova alma oferecida naquele momento.
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"quando a chuva caiu, eu me molhei nela" |
Assim como pode mudar antes, pode segurar algumas dores
permanentes. Ela é senhora, não nossas ceias.
Confessamos que as festas quase sempre são desesperadas, repletas
de anseios de alegria e brigas enrustidas. Isso não nos interessa.
Bem antes do tempo final, caiu uma chuva. Para
purificar-nos. Vinha das calhas sujas do telhado, debandava pelas valas,
despretensiosa de vaidade. Vinha do céu, para anunciar antes que a vida muda
quando bem entende.
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