sábado, 22 de outubro de 2011

Dois Filhos

Bem de madrugada, um deles resolveu ir embora. Não de uma hora para outra, pois já tinha antecipado que queria viver de bens um pouco longe dali, onde crescera.
Essa história já foi contada um dia, em forma de parábola e justamente por se encaixar no perfil de um mais novo e conhecer a história, o garoto pediu um pouco de dinheiro ao pai e juntando com o que tinha guardado, partiu.
Foi embora.
Como último zelo, o pai acordou de madrugada e preparou um café para o moço e o deu um beijo na testa.
O moço garantiu que já tinha um emprego na cidade e o pai confiou. Deixou. Aceitou aquela partida como um fardo que a vida iria, um dia, colocar sobre seus ombros. Pensou agüentar conseqüentemente, balbuciou contrariedades em alguns momentos, mas confiou nos dezenove anos daquele moço queimado de sol, vendo que o semblante já tinha sumido na colina.
Aquela colina era caminho de trabalho e as pegadas do filho na areia ficariam ali por apenas alguns segundos.
O filho foi e o pai, ficou.

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