Enquanto um deles dobrava as roupas que estavam sobre a cama, o outro, sentado na beira do sofá perguntou:
- E agora? Por que está zelando por essas roupas que você não usa faz tempo?
- Vou usá-las de novo. E vou para casa
- Aqui é a sua casa
- Não mais...
Um breve silêncio ecoou na sala, foi quebrado por um ‘hum’ do outro que se mexeu no sofá.
- Você me ama?
- Sim, e o silêncio voltou e foi quebrado novamente, sempre vou te amar... pra sempre mesmo.
Os olhares se cruzaram
- E você? Me ama?
- Sim! soou seco, mas verdadeiro.
- Por isso vou embora.
- Entendo. E já sabe para onde vai?
Deu de ombros e virou para pegar os chinelos.
- Pra casa da minha mãe
O olhar do outro estava na mesma beira onde estava sentado.
- Sua mãe? Ela está um pouco velha!
- Vou cuidar dela. Você vai me visitar?
- Sim, às quartas e sextas. Caso queira podemos marcar para sair aos sábados.
- Claro!
- Você vai me esperar?
- Sim, com bolo!
O olhar baixou enquanto a mala era fechada.
- Adeus Eduardo!
- Gosto de bolo de laranja
- Eu sei
E um beijo curto antes de sair fez com que continuassem a se amar. Com gosto de laranja.
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